quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Paraíso Insólito


Precisa e elaborada imagem lírica
desenho traçado geométrico transfigura latente
Representação das imersões profundas
transmuda e inaugural silêncio das imaginações celebradas
Intensidade compulsiva a chispa elétrica dos olhares biológicos
Sensualidade de acepções mitológicas
sinal escrito na areia destino das metamorfoses vãs
Céu de status coroam as colinas inesperada sensação íntima confluente
que o espelho o corpo transcende
Inatingível exercício contemplativo empírico inalterado
cuja boca seca delira substancial
Lábios nus como um reclamo agudo inerente aberto ao degelo
vênus escorre desejo lamento e sonho
Amor paradoxo a suprema beleza o verso possível desafia
existo enquanto palavra feito objeto verbal em estado puro
e ausente translúcido resisto imune

terça-feira, 18 de setembro de 2007

O olhar divaga
Observa os movimentos
Ora perfeitos
Ora imperfeitos
Capta sentimentos
Imunes existenciais
A quaisquer desejos eminentes
Transpõe obstáculos
Acerca da experiência
Quotidiana da vida
Trêmulo instante sorri

ABU GHRAIB


Nós somos as fotografias em público
Seguros na cólera dos tópicos momentos
Expressão tortura imperialista punho intelectual
Olhamos o desprezo apreço uso termo abuso
Reeditado em nosso corpo podres guerras
Extensão dos corredores há fileiras homens noutros
Gozar o sorriso referencial da fraqueza
Impulsionada pela resistência fragmentada
Dos guerreiros acuados humilhados nus contra todos
Nós somos a pura orgia vencida batalha
Precoce esquizofrenia extática insípida
E asséptico reflexo espelho desfigurar
Lembremos de eventos que parecem adormecidos
No ritual de coerção tratamentos inumanos degradantes
A definir esforços injustos lascivo encontro
Nós somos as fotografias autênticas souvenir de ações
Guardadas em álbuns ilegítimos troféus exibidos na captura
Inconsciente dos olhos que tentam registrar uma ternura
Diante da tortura o desgosto brutal da defesa sistemática
Qualquer pessoa torna-se imortal nas eloqüências sexuais
Conquistadas no horror de ser nativo descentralizado

Formas de Pensar

Na geometria do corpo
Uma viagem tempo-espaço
Armadilhas para os sentidos

Poéticas do Processo

O poeta marca um panorama
Revista o conceitual
Referências artísticas decompõe
Estupidez marginal preciso túmulo
tocar-lhe os lábios persisto ambíguo
velocidade em que a visão
contorna um corpo pálido
obscura sensação desencadeia
Dinamizo o fluxo da imortalidade transgredida
a cerca das vísceras combustões táteis
expressão física
embora ascenda o inalcançável desejo necrófago
buscas equilíbrio e morte
ENTARDEÇO... ENTARDEÇO
PURO E SENTIMENTO,
ENTARDEÇO
PROCURO RANHURAS
DECODIFICAR
AÇÕES QUOTIDIANAS
DA LUTA VIDA
INVENTO INADEQUADAS
SOLUÇÕES INTERMITENTES
ENTREGO OS OLHOS À ESCURIDÃO
MORTO ATERRO MINHAS ALUSÕES
DENTRO DAS POSSIBILIDADES FINITAS
INGLÓRIO EXPERIMENTO A DOR E A DELÍCIA
DE SER